A antropologia urbana
No século XX, com o desenvolvimento da disciplina e o aumento dos estudos das chamadas “sociedades complexas”, a Antropologia tomou para si outra especificidade, não mais ligada ao objeto, mas sim à sua forma de abordar os fenômenos sociais. Nesta abordagem, a característica fundamental seria a manutenção da dimensão integrativa, aliada a uma forma particular de observação, que partiria dos atores envolvidos a fim de alcançar os significados mais complexos de suas ações. E é justamente essa vocação paradoxal, de aliança entre uma ambição totalizadora e um particularismo minucioso, que faria a originalidade deste campo de estudos. Em tempo, retomando a distinção acima mencionada entre descrição e explicação, cumpre estabelecer que, ainda que não almeje uma explicação no sentido estritamente sociológico, a Antropologia há muito não se restringe apenas à descrição de sociedades e/ou grupos sociais. Procurando alcançar o global a partir do local, o intuito atual do estudo antropológico – e, sobretudo, da antropologia praticada no Brasil – é o de propor uma forma própria de explicação, que busca encarar o particular como matéria atuante na composição do total.
Sociedade e cultura apareceriam aqui como conceitos