A Agricultura e a Diversidade do Meio Rural
O campo e a cidade
Nas sociedades antigas a agricultura era a principal atividade económica. Mesmo naquelas que se celebrizaram pelo esplendor de suas cidades, a grande maioria da população trabalhadora vivia nos campos. Na Antigüidade, o campo era o espaço da produção; a cidade, o espaço da circulação e do consumo das mercadorias produzidas. A cidade foi também o espaço da política, das artes e da ciência, do ócio.
Nas sociedades pré-industriais, o campo abrigava a grande maioria da população e era responsável pela quase totalidade da produção de riquezas. Através de diferentes mecanismos de coerção política, o excedente da produção agrícola era canalizado para o sustento das populações urbanas e dos homens em armas.
A Revolução Industrial transformou radicalmente as relações entre o campo e a cidade. Somente as cidades podiam oferecer condições necessárias para o nascimento da indústria moderna: concentração geográfica de mão-de-obra e mercado consumidor, além da possibilidade de uso comum das infra-estruturas necessárias ao funcionamento das fábricas, como os sistemas de distribuição de energia e de abastecimento de água.
A urbanização acompanha a industrialização. Ao mesmo tempo que libera mão-de-obra para as atividades urbano-industriais, a agricultura deve responder pela produção de uma quantidade crescente de alimentos para as populações da cidade. Menos pessoas produzindo no campo, mais pessoas consumindo nas cidades: isso só foi possível graças ao aumento exponencial da produtividade agrícola. Uma verdadeira revolução nas técnicas da agropecuária precedeu, preparou e acompanhou a Revolução Industrial.
Nas economias modernas, o consumo urbano de alimentos e matérias-primas condiciona a produção agrícola. De um lado, a economia rural, antes autosuficiente, se reorganiza e se especializa para atender às demandas da cidade. De outro, passa a depender das cidades, que fornecem maquinário