A Abordagem Inatista Maturacionista
Maturidade, aptidão, inteligência são temas tradicionalmente abordados pela psicologia numa perspectiva que atribui um papel central a fatores biológicos no desenvolvimento da criança. A perspectiva inatista-maturacionista parte do princípio de que fatores hereditários ou de maturação são mais importantes para o desenvolvimento da criança e para a determinação de suas capacidades do que os fatores relacionados à aprendizagem ou à experiência. A hereditariedade é entendida como um conjunto de qualidades ou características que estão fixadas na criança, ou seja, algo individual.
Na psicologia, teóricos da perspectiva inatista-maturacionista supõem que, do mesmo modo que a cor dos olhos, aptidões individuais e inteligência são características herdadas dos pais e, portanto, já estão determinadas biologicamente quando a criança nasce. Ou então que, à maneira do crescimento das partes do corpo, o desenvolvimento do comportamento e das habilidades da criança é governado por um processo de maturação biológica, independentemente da aprendizagem e da experiência.
A questão das diferenças individuais e a hereditariedade da inteligência: “filho de peixe, peixinho é?”
Interessados em saber por que uma pessoa é diferente da outra – quanto a traços de personalidade, de habilidades, de desempenho intelectual, etc. -, pesquisadores procuraram obter dados que permitissem estabelecer comparações entre pessoas. Constataram então que pessoas com uma aptidão especial (um artista, por exemplo) normalmente tinham familiares que apresentavam o mesmo tipo de aptidão. Ou, ainda, que gêmeos idênticos apresentavam aptidões e nível intelectual com um grau de semelhança maior do que o encontrado entre irmãos não gêmeos. Entretanto, identificaram diferenças de aptidões e de traços mentais entre homens e mulheres e entre raças diferentes. Crianças brancas e negras apresentam diferenças no desempenho de determinadas tarefas em razão da herança genética, e não