visao marxista sobre a religiao
A maneira marxiana de analisar a realidade social é fundada numa perspectiva ontológica, o que a diferencia substancialmente de Durkheim e Weber. A perspectiva ontológica marxiana difere, em suas linhas básicas e essenciais, das perspectivas gnosiológicas de análise da realidade social. A perspectiva ontológica busca entender, como o em si pode ser capturável em sua integridade. Na perspectiva de Marx, qualquer componente da ação ou da identidade dos indivíduos que não resulte ou não se vincule diretamente a sua inserção “objetiva” no processo produtivo tem um status meramente residual. A devoção religiosa, na medida em que não é um componente essencial das identidades individuais, não foge a essa regra. Tudo que se tem a dizer sobre ela é que é inconsistente com a identidade essencial dos indivíduos, são cognições disfuncionais com o que indivíduos históricos concretos virão a ser. Portanto, a religião não é propriamente objeto de seu estudo, mas de condenação.
Para Marx: “tudo o que existe, tudo o que vive sobre a Terra e sob a água, não existe e não vive, senão em virtude de um movimento qualquer. Assim, o movimento da história cria as relações sociais, o movimento da indústria nos proporciona os produtos industriais etc.”(Miséria da Filosofia).
Ao criticar o método do “Sr. Proudhon”, Marx diz que aquilo que Hegel fez para a religião, o direito etc., o “Sr. Proudhon” “pretende fazer para a economia política.” Ou seja, Marx critica não a dialética, mas a maneira proudhoniana, idealista, de tratar a dialética. Ao contrário de eternizar as idéias, as categorias, Marx as entende como sendo “produtos históricos e transitórios”.
Para o “Sr. Proudhon”,
“cada categoria econômica tem dois lados, um bom e outro mal. Considera as