"Embate entre ciencia e religião", guerra no meio acadêmico

Capítulo 1

O DEBATE ENTRE CIÊNCIAS SOCIAIS E RELIGIÃO

1.1. Entre a cruz e a espada, abordando a questão da neutralidade do pesquisador religioso

Esta problematização parte da compreensão de que há um embate entre ciências sociais e religião, que provoca distanciamento, mas que, também abre possibilidades de aproximação, segundo Rodrigues (2011, p.66), “trata do distanciamento dos cientistas modernos do objeto a ser estudado, como perda para o pesquisador, neste sentido a ciência da religião tem enfrentado a questão da neutralidade, do distanciamento e da formulação de hipóteses sem contaminação.”
Ao tratarmos especificamente do tema religião, por considerarmos que no universo acadêmico há um distanciamento desta temática, estamos propondo trazer o problema da desigualdade entre religião ou religiosidade e ciências sociais para o nível acadêmico e da produção de saberes científicos na tentativa de ultrapassar o senso comum e preconceito acerca desta temática que para muitos pode ser considerada um espaço contraditório de alienação, em que a emoção sobressai à razão.
No universo acadêmico a todo o momento os estudantes religiosos são confrontados e até mesmo cerceados1 e ridicularizados em virtude de sua fé cristã, onde alguns doutores e mestres colocam a isenção de valores como pressuposto a ciência, no entanto devemos nos lembrar que não existe neutralidade nas ciências sociais, que todas as pessoas são influenciadas por pressupostos, e isto inclui aqueles que atuam no meio acadêmico.

“A ideia de que professores e cientistas sempre pautam suas ações pela mais absoluta isenção objetividade é um mito. Por exemplo, muitos intelectuais acusam a religião de ser dogmática e autoritária, de cercear a liberdade das pessoas e desrespeitar a sua consciência. Isso pode até acontecer em alguns casos, mas a questão aqui é a seguinte: Estão os intelectuais livres desse problema? A experiência mostra que os ambientes acadêmicos e científicos podem ser tão