Transposição do rio são francisco - realidade e mito
|formação marxista | |
|Texto de Michael Löwy |
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A visão marxista da religião foi extremamente simplificada e identificada tipicamente com o refrão desgastado que é “o ópio dos povos.” Michael Löwy apresenta-nos aqui, com maior detalhe, uma visão acerca do marxismo e da religião.
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SERÁ AINDA A RELIGIÃO, tal como a viram Marx e Engels no século XIX, uma trincheira da reacção, obscurantismo e conservadorismo? Em larga medida, a resposta é afirmativa. O olhar deles aplica-se a muitas instituições católicas, às correntes fundamentalistas das principais confissões religiosas (cristã, judaica ou muçulmana), à maioria dos grupos evangélicos e das novas seitas, algumas das quais - como a conhecida Igreja Moon, não passam de engenhosas combinações de manipulações financeiras, lavagem ao cérebro e anti-comunismo fanático.No entanto, o aparecimento de um Cristianismo revolucionário e da Teologia da Libertação na América Latina abriu um novo capítulo histórico e levanta questões novas e empolgantes às quais não podemos dar resposta sem uma renovação da análise marxista da religião, o assunto deste artigo-Partidários e adversários do marxismo parecem concordar num ponto: a célebre frase “a religião é o ópio do povo” representa a quinta-essência da concepção marxista do fenómeno religioso. Ora, esta fórmula nada tem de especificamente marxista. Podemos encontrá-la, antes de Marx, com algumas nuances, em Kant, Herder, Feuerbach, Bruno Bauer e muitos outros. Tomemos dois exemplos de autores próximos de Marx.
No seu livro sobre Ludwig Borne, de 1840, Heine refere-se ao papel narcótico