A TRANSPOSI O DAS GUAS DO RIO S O FRANCISCO
CONFLITOS
A ideia de transpor águas do Rio São Francisco, remonta há mais de um século.
Surge pela primeira vez no século XIX num ambiente em que a seca do Nordeste
Brasileiro, já contribuía, como hoje, para o agravamento das mazelas sociais daquela região. Como é de consenso, sabemos que a seca no nordeste é uma parte dos grandes problemas do nosso país, e também objeto de análise e controvérsias.
O Nordeste brasileiro vivo o contexto da seca e as consequências provocadas e também intensificadas pela seca há séculos. A dinâmica social e política nordestina, e porque não dizer brasileira, permite de certa forma que as políticas de governo sejam influenciadas por interesses de certos setores da sociedade, que submetem grupos desprovidos de poder econômico aos seus interesses comerciais e políticos.
Entre o final de século XIX e todo o século XX, existiram três momentos em que a transposição do Rio São Francisco foi colocada em debate. No primeiro momento, entre 1882 e 1985, e no segundo entre 1993 e 1994, predominou a questão política eleitoral. Sendo criticado pela Companhia Hidro Elétrica do São Francisco - CHESF, por não terem fundamentação e consistência técnica, pois previam uma retirada absurda de 300 a 500 m³/s e serviam como parte de campanhas eleitorais
(ANDRADE, 2002).
Durante o Império, as ideias para solucionar o problema da seca surgem em alguns momentos, através de políticas, como no ano de 1831, quando o governo imperial adota providências para o combate da seca como, por exemplo, a decisão da
Regência Trina, que autorizava a abertura de poços artesianos profundos (Coelho,
2004). No ano de 1847, a ideia da transposição das águas do Rio São Francisco é elaborada pela primeira vez, por um engenheiro chamado Marcos de Macedo, que a defende no Parlamento e também ao Imperador Pedro II, como um meio de combater os problemas gerados pela seca, mas não obtém apoio (Caúla e Moura, 2006).
Além disso,