Ética em hegel, marx e nietzsche
Um dos conceitos principais de Hegel é o de que somos seres históricos. Essa concepção sobre o homem foi a responsável por Hegel ter realizado fortes críticas ao empirismo e ao inatismo, sobretudo na figura de Kant, influenciando com isso toda a posteridade ao postular que a Razão molda a História. Com isso, Hegel criticou os empiristas e o seu conceito de razão enquanto experiência, bem como aos kantianos e sua idéia de razão a priori. Ou seja, os empiristas defendiam que o conhecimento advinha do contato do sujeito com o objeto, fornecendo assim a razão humana. Já os kantianos, supunham que o conhecimento fosse advindo de uma noção inata de dever. Hegel refutou ambas as teorias, afirmando que a razão é histórica. Nas palavras da professora Marilena Chauí:
Ao afirmar que a razão é histórica, Hegel não está, de modo algum, dizendo que a razão é algo relativo, que vale hoje e não vale amanhã, que serve aqui e serve ali, que cada época não alcança verdades universais. Não. O que Hegel está dizendo é que a mudança, a transformação da razão e de seus conteúdos é obra racional da própria razão. A razão não é uma vítima do tempo, que lhe roubaria a verdade, a universalidade, a necessidade. A razão não está na História; ela é a História. A razão não está no tempo; ela é o tempo. Ela dá sentido ao tempo.
Assim, a razão histórica de Hegel é baseada na dialética para a contraposição de idéias, tal qual Heráclito e a sua harmonia dos opostos. Ou seja, a razão histórica é o produto das teses e antíteses formuladas ao longo do processo histórico, sendo propriedade da razão abarcar todas essas contradições e depois vencê-las, refletindo a verdade contida em cada uma delas. Com base no conceito de razão histórica, poderemos, portanto, analisar a ética hegeliana à luz de tais preceitos. Se como afirmou Hegel somos seres históricos, nossas vontades são influenciadas, diretamente, pela cultura presente e exercida em nossa