Violência nas Escolas Públicas
Atualmente, pensar Educação Pública no Brasil remete, na maioria das vezes, a um ensino comprometido por uma série de fatores externos e internos à escola, dentre os quais se destacam: ausência de recursos financeiros e materiais que favoreçam a qualidade de ensino; infraestrutura escolar inadequada; inexistência de projetos que viabilizem a inclusão, a interdisciplinaridade, a formação do indivíduo enquanto cidadão; e, entre outros, a violência escolar. Dentre os fatores supracitados, merece destaque a violência escolar, haja vista que esta tem ultrapassado os muros da instituição, devendo ser pensada para além dos limites da escola, uma vez que toda a sociedade vem sofrendo as consequências da violência, seja o indivíduo pertencente a qualquer classe social, grupo étnico, religioso e/ou outros segmentos sociais. Sabendo que violência se constitui, em consonância com Abramovay (2008), naquilo que é contrário ao direito e a justiça, tem-se buscado, incansavelmente, meios eficazes de contê-la, como ações afirmativas e leis que ajudem no combate ou enfrentamento ao problema. Entretanto, quando se fala em violência, geralmente, os índices apontam, em maior escala, para os bairros periféricos, sendo estes os locais em que há o maior número de ocorrências policiais. Apesar de os moradores da periferia ser, em número significativo, indivíduos honestos e trabalhadores, acredita-se que a população dos bairros pobres é mais propensa à violência, já que nestas áreas é registrada boa parte das ocorrências policiais. Ademais, existe ainda a crença de que se um indivíduo pertence a uma classe econômica desfavorável e vive em um local em que os índices de violência são elevados, o mesmo tende a ser uma ameaça à sociedade.
Esse discurso, disseminado pela grande maioria da sociedade, acaba interferindo nas relações entre os indivíduos e contribuindo para o aumento do preconceito e discriminação, haja vista que muitos dos moradores de bairros periféricos