Violência na juventude
A juventude é uma fase difícil. O adolescente é uma mistura de criança e adulto, de espontaneidade e responsabilidade. A tensão interior a que o jovem está submetido, quando não canalizada ou controlada, acaba exteriorizando-se em forma de rebeldia. Quando as tensões externas ao jovem também o oprimem, essa rebeldia pode acabar se tornando extremamente violenta. O uso indiscriminado de drogas, roubos, furtos e violência gratuita, são formas extremas da rebeldia, da tensão pela qual o jovem passa, transformada em violência. Porém, rebeldia, com ou sem causas, não pode passar para a violência sem causa.Nem sempre a rebeldia acaba em violência. Muitas vezes, ela é extremamente benéfica, se tornando um dos motores da sociedade devido ao seu poder de mudança. Não apenas os gestos violentos mostram a inconformidade do jovem diante do mundo. A música, o jeito de se vestir e as idéias também demonstram o desejo de mudança.
Durante a ditadura militar no Brasil, por exemplo, o jovem foi uma das figuras mais importantes na luta contra a opressão do governo, lutando política e culturalmente, através de músicas como Cálice de Chico Buarque, do teatro de Plínio Marcos e do cinema-novo de Glauber Rocha. Temos, além disso, o rock, um movimento jovem que mudou o mundo nos anos 50 e 60 e continua influenciando até hoje a maneira de pensar. Ainda na década de 50, Marlon Brandon e James Dean representavam a rebeldia da juventude e seus filmes mostravam as opressões e violências sofridas pelos jovens daquela geração. Nos anos 60, foi a rebeldia jovem que derrubou os tabus sobre o corpo e a sexualidade, principalmente feminina, já que antes a mulher era vista como propriedade do marido. O mega show em uma fazenda nos EUA, chamado de Woodstock, talvez tenha sido o maior símbolo da rebeldia dos anos 60. Era um grito do chamado movimento hippie que teve amplo apoio da população contra a guerra do Vietnã e que se estendeu até 1975.
A violência entra cedo na vida