VIOLENCIA COM MULHER
Nela, 61,5% dos entrevistados disseram que as mulheres que usam roupas que mostram o corpo merecem ser atacadas e 58,5% afirmaram que se as mulheres soubessem se comportar haveria menos estupros. E as mulheres foram mais da metade dos entrevistados para a pesquisa.
Daniel Cerqueira, coordenador da pesquisa, diz que a principal conclusão é que a sociedade brasileira está impregnada pela cultura machista.
“A primeira coisa que temos que fazer, acredito, é trazer à tona esse problema que muitas vezes está escondido embaixo do tapete, está encerrado entre quatro paredes e falar para a mulher o seguinte: que ela não é culpada, ela é sempre a vítima. E por que isso é importante? Porque centenas de vítimas simplesmente não vão prestar queixa à polícia, porque elas vão achar que elas que na verdade fizeram alguma coisa, que facilitaram e vão ser mal vista na sociedade”, disse o pesquisador. Para fazer o estudo, os pesquisadores tiveram acesso a dados que mostraram que mais de 500 mil pessoas por ano são vítimas de estupro no Brasil. Sofrem, inclusive, estupros coletivos e a polícia só toma conhecimento de 10% desses casos. Das mulheres que aderiram à campanha que pede, na internet, o fim da violência sexual, centenas contaram ter sido ameaçadas.
Mesmo sendo ameaças virtuais, Nana acredita que elas têm que ser denunciadas.
“Mulher que tomou essa ameaça vá a delegacia, faça a sua denúncia, ganhe proteção da polícia, do seus amigos. Eu acho muito importante que isso aconteça para que esse movimento não sirva, ninguém tire vantagem dele para se vingar da atitude feminina estuprando”, destaca.
É uma causa em que todos são bem-vindos. “Acorda, garota, seu corpo é seu, você fazer o que quiser com ele. Você pode usar saia curta, você pode usar burca, você ser religiosa ou ateia, se vestir conforme suas