Vinhaça
O crescimento populacional do nosso planeta e a necessidade por energia para a indústria e o comércio têm aumentado gradativamente, e as reservas de petróleo, principal fonte de energia do modelo de desenvolvimento atual, estão chegando ao fim. Aliado a estes fatores o aquecimento global, provocado pela emissão de gases do efeito estufa, é ainda um agravante à procura de soluções. Assim, várias instituições de pesquisa e ensino estão trabalhando em busca de outras fontes de energia, de preferência, renováveis. Uma das alternativas de uso de energia limpa que é sucesso no Brasil é o álcool, um biocombustível produzido a partir da cana-de-açúcar.
No processo de fabricação do álcool extrai-se um subproduto muito rico em nutrientes: a vinhaça. A grande vantagem no emprego da vinhaça no solo, por meio de fertirrigação, é que ela pode substituir em grande parte os nutrientes da adubação mineral, sendo que vários trabalhos mostram aumento de produtividade da cana-de-açúcar devido à sua aplicação.
O benefício imediato decorrente do uso racional desse resíduo nas lavouras canavieiras se dá pelo aumento da produtividade, que ocorre com mais intensidade em solos mais pobres e em regiões mais secas, e inclui-se aqui a economia de fertilizantes. Entretanto, mesmo com os efeitos benéficos da vinhaça no solo sabe-se que, quando aplicada em altas taxas, conduz a efeitos indesejáveis, como o comprometimento da qualidade da cana para produção de açúcar, poluição do lençol freático e até para a salinização do solo.
Pode-se considerar também que, de maneira geral, a cada safra o valor de área de fertirrigação das usinas aumenta, mostrando a preocupação das usinas com o uso racional da vinhaça, buscando maior rendimento agrícola e redução no uso de fertilizantes químicos, bem como uma adequação de dose de vinhaça que não cause prejuízo ao meio ambiente.
Entretanto, a expansão das áreas de plantação de cana-de–açúcar, devido à demanda do uso do álcool na matriz