O foco do livro é demonstrar a forma que os homens eram julgados por decorrência dos atos que cometiam. Inicia-se a história relatando a época em que o suplício era permitido, em especial no Império Romano e na Idade Média. O suplício é a utilização do corpo, entende-se que é a pena corporal dolorosa baseada na proporcionalidade entre a quantidade de sofrimento e a gravidade do crime cometido. Segundo o autor, “Uma pena, para ser considerada um suplício, deve obedecer a três critérios principais: em primeiro lugar, produzir uma certa quantidade de sofrimento, que se possa, não medir exatamente, ao menos, apreciar, comparar e hierarquizar” A característica principal era o poder sobre o corpo, alvo principal da repressão penal, onde o sofrimento e a dor eram elementos constitutivos da pena. O suplicio faz parte de um ritual. Foucault começa o livro relatando a execução de Damiens, em 1757 por ter atentado contra a vida do Rei Luiz XV. A tortura era aplicada à luz do dia, exposta publicamente para quem quisesse ver, para que causasse medo no povo e respeito pelo soberano. Além da violência física, o condenado sofria a violência psicológica por estar exposto para a multidão, os carrascos, o comissário de polícia, o escrivão, os confessores, e os oficiais, que eram os presentes na hora da execução. Os condenados eram torturados, eram obrigados a executar trabalhos forçados, enclausurados, além da privação da plena liberdade, eram privados sexualmente, andavam pelas ruas descalços com a cabeça coberta nus ou vestindo camisolas, a cor da camisola caracterizava o delito que havia sido cometido. Além de tudo isso, ainda sobre os corpos dos condenados era derramado chumbo, piche, óleo quente e tinham seus corpos puxados por cavalos, 4 ou 6 dependendo da situação, para desmembrar o corpo do indivíduo e jogar as partes no fogo. Somente a partir do século XVIII que é dado inicio a um movimento de mudança do método de aplicação da pena. Segundo o autor o suplício tornou-se