vies do observador
O viés do observador refere-se à situação na qual o processo de obtenção da informação pelo investigador difere se um informante é um caso ou um controle. É plausível que, na medida em que o entrevistador conheça o status de caso ou controle e a hipótese sobre o estudo, ele tenda, em situações limítrofes, a classificar os casos como expostos e os controles como não expostos apenas porque ele crê na hipótese do estudo. Uma outra maneira pela qual o investigador pode introduzir viés é entrevistando diferentemente os casos e controles. Por exemplo, o investigador pode aceitar uma resposta relatando não exposição dos controles, mas insistir com os casos (MEDRONHO, 2009).
O estudo de Lopes e Coutinho (1999), “Transtornos mentais como fatores de risco para o desenvolvimento de abuso/dependência de cocaína: estudo caso-controle” apresenta como possível viés o do observador, já que as entrevistas não foram administradas de forma “mascarada”, o mesmo entrevistador que investigava um possível usuário de drogas também investigava a exposição. O método amostral utilizado no estudo levou os entrevistadores a terem conhecimento do status de caso/controle dos indivíduos avaliados. Como uma tentativa de superar esta limitação, os entrevistadores eram apenas informados de que o estudo constava de uma avaliação de uma série de fatores de risco que poderiam estar relacionados ao abuso de drogas, mas nenhuma informação foi dada a respeito da hipótese que estava sendo testada. Além disso, o fato do status de desfecho e de exposição ser estabelecido através da mesma entrevista e o uso de um instrumento padronizado com escores feitos pelo computador mantiveram os entrevistadores desconhecendo o diagnóstico final. O estudo também seguiu a recomendação de usar apenas entrevistadores “leigos”, evitando, assim, a possibilidade de julgamento clínico por parte destes, o que também poderia ser uma fonte de viés.
Viés do informante inadequado
Em alguns estudos, a