Vieira
“A Biblioteca em Fogo”
Ano letivo 2013/2014
Introdução
Identificação da obra
Estrutura formal
Numa direção de pesquisa da definição do espaço e numa fase muito mais matura do percurso de Maria Helena Vieira da Silva, La bibliothèque en feu (A biblioteca em fogo) constitui um exemplo notável de estruturação do espaço.
A grelha tende a suplantar a perspetiva – elementos estruturais e recorrentes do trabalho pictórico de Vieira da Silva – e o plano remete para a bidimensão, para a essência física da pintura.
Tal como outros elementos construtivos o grande formato do suporte foi também equacionado. A tela está imperceptivalmente cosida de alto a baixo exatamente na vertical a meio da pintura, unindo duas partes iguais.
Um quadriculado ocupa toda a superfície, com um tratamento pictórico diferente nos quadrados lisos da moldura; mais elaborado e gráfico na parte interna.
A pintura divide-se em superfícies aparentemente regulares, sendo os quadrados da parte central subdivididos em dois ou quatro. A grelha confunde-se com a quadrícula cujo ritmo regular não sossega.
Cada uma das zonas tem uma organização e uma dinâmica própria que, com a instabilidade da cor e da luz, realçam a importância das margens. Com uma perícia e uma minúcia notáveis, cada traço e cada pincelada são doseados para obter um efeito de profundidade ilusório, meramente pictural.
A cor tem um papel fundamental na espacialidade própria de cada enclave. Associado ao fogo, o vermelho é a cor predileta das bibliotecas de Vieira; corresponde a um certo intimismo e à evocação de espaços interiores.
Mensagem
Esta obra insere-se numa das temáticas privilegiadas de Vieira da Silva, as bibliotecas. Há temas que ressurgem periodicamente desde cedo, mas de forma diferente, sem analogias de séries mas antes tratados, retomados,