Vidas secas

Atividades complementares: Livros

Vidas secas - autor: Graciliano Ramos

Graciliano Ramos escreveu cada capítulo de Vidas Secas como se fossem episódios separados e independentes dos outros, o livro possui 13 capítulos que podem ser lidos em qualquer ordem. Há uma retomada do início da narrativa no final da obra que é proposital, para expor mais que não há fim determinado, deixando o caminho livre para a imaginação do leitor.
O foco narrativo da obra está em terceira pessoa, trazendo pensamentos e sentimentos. Explorando o monólogo interior para expor ao leitor os pensamentos das personagens que, de outra forma, não se abrem para o mundo, porém, embora raras, as falas das personagens aparecem em discurso direto.
O isolamento dos membros da família é reproduzido na própria estrutura do romance, que é dividido e alguns deles trazem em seus títulos os nomes das personagens, que são, então, apresentadas de forma mais aprofundada. Dessa forma, a narrativa apresenta os desejos mais íntimos de Fabiano e de sua família.

Os capítulos independentes mostram ainda a dificuldade de comunicação das personagens, sobreviventes que pouco se abrem aos sentimentos. Para reproduzir na linguagem a mesma secura, o narrador utiliza poucos adjetivos. As festas e os períodos de chuva mantém a apreensão sofrida de todos, demonstrando que, se a seca é um problema, não é o único.

Ao longo de toda a narrativa, o personagem principal Fabiano oscila entre a condição de homem e a de animal. No final, quando mantém a capacidade de sonhar, imaginando uma vida melhor no futuro, parece demonstrar que o que há nele de humano supera a tendência à animal que a opressão insiste em lhe impor.
A obra ocorre no sertão nordestino, bem definido nas descrições e caracterizações.

Mudança
Em meio à paisagem do sertão nordestino, quatro pessoas e uma cachorrinha caminham silenciosamente. O menino mais velho, exausto da caminhada sem fim, deita-se no chão, incapaz de prosseguir, o que irrita