VIDAS SECAS
PROF. VALTER FLAUZINO
ESTUDO DA OBRA DE GRACILIANO RAMOS: “VIDAS SECAS” (1938)
PERÍODO: Modernismo (1930-1945: Segunda geração modernista, fase de construção, de estabilização).
CONSIDERAÇÕES GERAIS:
O período de 1930 a 1945 produziu grandes romancistas, em especial, nordestinos; dentre eles, destacam-se Rachel de Queirós, José Lins do Rego, Jorge Amado e Graciliano Ramos. O romance produzido nessa época apresentou um caráter mais construtivo, mais amadurecido, aproveitou as conquistas da geração de 1922 e se dedicou a problematizar, por meio de análises críticas contundentes e de denúncias, as urgentes questões sócio-econômicas do Brasil, principalmente do Nordeste. “As transformações vividas pelo país com a Revolução de 1930 e o consequente questionamento das tradicionais oligarquias, os efeitos da crise econômica mundial e os choques ideológicos que levaram a posições mais definidas e engajadas formavam um campo propício ao desenvolvimento de um romance caracterizado pela denúncia social – verdadeiro documento da realidade brasileira -, em que as relações eu x mundo atingiam elevado grau de tensão.” (NICOLA, José de. 2004, p. 352). José Lins do Rego, em 1943, na conferência “Tendências do Romance Brasileiro”, refere-se ao encontro do escritor com seu “povo fabuloso, espalhado nos mais distantes recantos de nossa terra”, como uma característica fundamental do moderno romance brasileiro. Ao retratar esse homem brasileiro de todas as regiões, o romance resgata a herança do Realismo e destaca o regionalismo: filão literário inaugurado por José de Alencar e Franklin Távora, no Romantismo; retomado por autores do Realismo, do Pré-Modernismo e, finalmente, alçado ao primeiro plano da romanística, com os autores da segunda geração modernista. O romance da geração de trinta, de linha neo-realista, alcançará destaque na obra de um grupo de escritores nordestinos que, em 1926, havia lançado um manifesto