vida X consumo
Palmas 11 de junho de 2013
Alimentos: do grão ao pão
Da terra à mesa, os alimentos que comemos passam por uma verdadeira "Via Crucis" onde quem sofre são, principalmente, a Natureza, os agricultores e os consumidores.. A Natureza, pela péssima forma como o solo é manejado e pelo sem-número de venenos químicos que são utilizados nas diversas fases do processo de produção; os agricultores, pela constante falta de política agrícola num tratamento que nunca favorece o pequeno produtor, e pelo monte de agrotóxicos que são induzidos a usar, sem qualquer assistência ou esclarecimento; e os consumidores, que sofrem com os altos preços advindos do alto custo de produção em função do delírio químico à que a agricultura é submetida, e com os resíduos tóxicos que este delírio proporciona. Vamos trilhar aqui, passo a passo, o trajeto pelo qual os alimentos passam desde o preparo do solo para o plantio, até o prato que colocamos em nossa frente na mesa, na hora da refeição. O problema já começa na própria concepção de agricultura, que geralmente oscila entre o modelo predatório que era utilizado pelos indígenas antes de Cabral (e ainda o é, pela maioria dos pequenos produtores), onde o agricultor chega, desmata, queima, planta por alguns poucos anos, e depois que já não dá mais grande coisa, deixa a mata se recompor ou faz pasto; e o modelo da agro-indústria onde imperam as grandes monoculturas, geralmente para exportação. Ambos modelos são ecologicamente nefastos. O primeiro, não causava dano maior ao ambiente, pois eram poucos os índios em relação ao tamanho do território. Mas de lá para cá, milhões tem sido os agricultores que tem utilizado a fórmula "desmata-queima-planta-abandona", promovendo intensamente a devastação e a erosão, pois os desmatamentos e as queimadas degradam o solo deixando-o exposto a ação do sol, dos ventos e da chuva. O segundo modelo, trouxe intenso desmatamento,