VIDA E OBRA DE PIXINGUINHA
Neste trabalho, apresento detalhes da vida de Alfredo da Rocha Viana Filho, que ficou popularmente conhecido como Pixinguinha e veio a se tornar um dos maiores compositores e intérprete da música popular brasileira.
2. PIXINGUINHA
Músicos, musicólogos e amantes de nossa música podem discordar de uma coisa ou outra. Afinal, como diria a vizinha gorda e patusca de Nélson Rodrigues, gosto não se discute. Mas, se há um nome acima das preferências individuais, este é Pixinguinha. O crítico e historiador Ari Vasconcelos sintetizou de forma admirável a importância desse fantástico instrumentista, compositor, orquestrador e maestro: “Se você tem 15 volumes para falar de toda a música popular brasileira, fique certo de que é pouco. Mas se dispõe apenas do espaço de uma palavra, nem tudo está perdido; escreva depressa: Pixinguinha.”
Uma rápida passagem pela sua vida e sua obra seria suficiente para verificar que ele é responsável por façanhas surpreendentes, como a de estrear no disco aos 13 anos de idade revolucionando a interpretação do choro. É que naquela época (1911) a gravação de disco ainda estava em sua primeira fase no Brasil e os instrumentistas, mesmo alguns ases do choro, pareciam intimidados com a novidade e tocavam como se estivessem pisando em ovos, com medo de errar. Pixinguinha começou com segurança total e improvisou na flauta com a mesma tranquilidade com que tocava nas rodas de choro ao lado do pai e dos irmãos, também músicos, e dos muitos instrumentistas que formavam a elite musical do início do século XX.
Pixinguinha só não era eficiente em certos aspectos da vida prática. Em 1968, por exemplo, a música popular brasileira, os jornalistas, os amigos e o próprio governo do então estado da Guanabara mobilizaram-se para uma série de eventos comemorativos pela passagem dos seus 70 anos no dia 23 de abril. Sabendo que a certidão de nascimento mais utilizada em fins do século XIX era a certidão