verificacao da lei de Boyle-Mariotte
O facto de um gás poder preencher qualquer volume, de acordo com o recipiente em que está encerrado, só será explicável considerando-se que as forças de atracção entre as suas partículas constituintes são desprezáveis e que estas podem mover-se em qualquer direcção, independentemente umas das outras. No entanto, só se pode admitir a independência das várias partículas partindo da ideia de que as únicas interacções possíveis entre elas são choques elásticos, isto é, choques nos quais há conservação de energia cinética. Os gases dizem-se, então, ideais.
De facto, mesmo numa pequena bolha gasosa há biliões de partículas que se deslocam com grande rapidez, sendo grande a probabilidade de que ocorram muitas colisões em cada segundo. Portanto, só admitindo que da colisão entre as várias partículas não resulta perda global da energia cinética se pode explicar que o gás mantenha as mesmas características nas mesmas condições e que, inclusive, as partículas não se «depositem» gradualmente no fundo do recipiente, devido a eventuais diminuições de velocidade.
É evidente que, quando as partículas de um gás colidem com as paredes do recipiente, cada uma delas exerce uma força na parede. A força total exercida na parede do recipiente por unidade de área, a pressão, está portanto relacionada com as características de cada colisão e com a frequência das colisões. Assim, é-se levado a concluir que a pressão exercida por um gás resulta das colisões das partículas do gás com as paredes do recipiente onde está encerrado. Um aumento de energia cinética acarretará, necessariamente, colisões mais intensas e mais frequentes, o que se traduzirá numa maior pressão. É, assim, possível construir um modelo que permita a interpretação dos fenómenos menos conhecidos e cujas características são a base da teoria cinéticas dos gases, descrita pelos seguintes postulados:
As partículas constituintes de um gás não exercem forças de interacção entre si:
As partículas de um gás