Verdade desportiva
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Corrupção versus Desenvolvimento
- A esquizofrenia do combate -
Auditor: Luís
Manuel Barbosa da Costa Cláudia Maria Cruz Santos
Orientadora: Mestre
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_____________________ Lisboa - 2006
Corrupção versus Desenvolvimento – A esquizofrenia do combate
“Ordinariamente todos os ministros são inteligentes, escrevem bem, discursam com cortesia e pura dicção, vão a faustosas inaugurações e são excelentes convivas. Porém, são nulos a resolver crises. Não têm a austeridade, nem a concepção, nem o instinto político, nem a experiência que faz o estadista. É assim que há muito tempo em Portugal são regidos os destinos políticos. Política de acaso, política de compadrio, politica de expediente. País governado ao acaso, governado por vaidades e por interesses, por especulação e corrupção, por privilégio e influência de camarilha, será possível conservar a sua independência?”
Eça de Queiroz, 1867 in Jornal “O Distrito de Évora”
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Corrupção versus Desenvolvimento – A esquizofrenia do combate
Introdução
Se há assunto que nos entra por casa adentro todos os dias, seja através do matraquear constante dos media ou da verborreia do discurso político, é sem duvida o da corrupção. Tempos houve que, tal assunto, não tinha direito à mais insignificante notícia de rodapé dos jornais, muito menos, ainda, lhe era dado qualquer dignidade para entrar na agenda política portuguesa. Só por meados dos anos oitenta, e, sobretudo, por pressão da nossa, então, iminente adesão à União Europeia, foi criada a Alta Autoridade Contra a Corrupção – o nome pomposo augurava-lhe melhor destino. No entanto, tal criação realçava mais a consciência quase extra judicial que o fenómeno, então, suscitava: