Corrupção vs verdade desportiva
Levando a bordo El-Rei D. Sebastião,
E erguendo, como um nome, alto o pendão
Do Império,
Foi-se a última nau, ao sol aziago
Erma, e entre choros de ânsia e de presságio
Mistério.
Não voltou mais. A que ilha indescoberta
Aportou? Voltará da sorte incerta
Que teve?
Deus guarda o corpo e a forma do futuro,
Mas Sua luz projecta-o, sonho escuro
E breve.
Ah, quanto mais ao povo a alma falta,
Mais a minha alma atlântica se exalta
E entorna,
E em mim, num mar que não tem tempo ou 'spaço,
Vejo entre a cerração teu vulto baço
Que torna.
Não sei a hora, mas sei que há a hora,
Demore-a Deus, chame-lhe a alma embora
Mistério.
Surges ao sol em mim, e a névoa finda:
A mesma, e trazes o pendão ainda
Do Império.
A Ultima Nau
Primeira estrofe
A nau em que D. Sebastião foi para Alcácer-Quibir, viu-se pela última vez, alto um pendão (bandeira, sinal), era o pendão do Império material.
Quando a nau desapareceu no horizonte, contra o sol que morria, no entanto em terra havia temores da expedição e contra ela.
Ficou desaparecida, como no mistério da morte do Rei.
Segunda estrofe
Desapareceu D. Sebastião e com ele o velho Império Material, em que ilha misteriosa.
Deus é quem desenha o futuro dos homens, revela-se apenas no mistério.
No sonho escuro e breve. Terceira estrofe
Quanto mais a decadência toma conta de Portugal, mais se exalta pelos exemplos do passado, o seu nacionalismo mítico enche-o num plano que não é terrestre, mas infinito, no mar e vê o vulto de D. Sebastião, e que ele quer retornar.
Quarta estrofe
Não sabe quando será a hora mas tem a certeza que vai acontecer, mesmo que demore.
Quando ele a vê, em revelação, a luz que invade e a mesma luz, a mesma nau, com o