Corrupção vs verdade desportiva
Torna-se companheira de Baltasar em consequência da sua mãe, Sebastiana de Jesus, que ao vê-la pergunta-lhe telepaticamente quem é o homem que está ao seu lado. Blimunda vira-se simplesmente para Baltasar e pergunta-lhe qual é o seu nome?. Baltasar responde-lhe, Blimunda diz-lhe o seu e imediatamente inicia-se o puro amor entre os dois, transgredindo a moral tradicional e entrando para um domínio do maravilhoso, e em sua casa os dois entregam-se um ao outro[8], em corpo e em alma, com o baptismo através do sangue virgem de Blimunda. Foram abençoados tanto pela mãe de Blimunda, como pelo padre Bartolomeu, ao casá-los à sua maneira e ao baptizar Blimunda com o nome Sete-Luas. Este amor é o símbolo da aceitação e da renúncia, uma vez que Blimunda promete nunca olhar Baltasar por dentro, evitando saber da existência de alguma doença mortal[9], porque amar alguém é aceitá-lo sem reservas.
Esta relação amorosa dá-lhe o carácter de uma mulher adiantada em relação ao seu tempo, pois afirma-se dentro -e fora- da relação, tem nela uma igualdade de direitos, tal como Baltasar, e juntos têm uma cumplicidade tão perfeita que não é deste mundo na qual partilham os seus sonhos, os seus medos e a sua vida. No percurso final de Blimunda, quando procura Baltasar durante nove anos, revela ainda uma faceta corajosa e persistência, disposta a tudo e até ao fim para encontrar o seu amor perdido.
Descanso na colheita de William-Adolphe Bouguereau
A união do dois assenta numa relação de amparo, uma vez que ele