Ver não ver
Oliver Sacks é um psiquiatra, professor de neurologia e escritor. Boa parte de seus livros contam historias reais dos seus pacientes e sua relação com eles. Ele é renomado e conhecida por sua contribuição as artes.
“Ver e não Ver” compõe um dos capítulos do livro Um Antropólogo em Marte. Com sete capítulos sendo cada um conto onde ele narra a historia de alguém que adaptou suas condições neurológicas. São contos complexos e envolventes onde o autor sai da redoma hospitalar e parte para uma abordagem cotidiana e muito próxima de seus interessantes sujeitos.
Em “ Ver e não ver” Oliver Sacks retrata o peculiar caso de Virgil, um homem de 50 anos cego desde os 3 que reconquista a visão graças a uma recente cirurgia. Ele o acompanha de perto por um período de tempo, vivenciando seu cotidiano e realizando alguns testes para entender melhor como funciona seu cérebro, afim de compreender a subjetividade com a qual ele começava a enxergar o mundo. O que significaria ver para esse homem privado da visão por tanto tempo?
Ao longo do texto o autor faz referencia a outros relatos dos raros casos aonde pessoas recuperaram a visão tardiamente, e todos tem comportamento semelhante ao de Virgil, sem noção da distancia, espaço e tamanho das coisas. Pelo fato de não possuir uma memória visual do mundo, não é capaz de discernir o que enxerga, diante de uma imensidão de cores, texturas, sobras, luzes, essa overdose de informações visuais gera uma confusão imensa e por isso o titulo do texto, é como se Virgil enxergasse, mas não soubesse o que está vendo. Ele vê, mas não vê. Pelo fato de ter sido privado da visão desde cedo, os outros sentidos de Virgil foram super desenvolvidos, e curiosamente, em certas situações era preciso que tocasse objetos para que eles fizessem sentido, para que ele pudesse enxergá-los era preciso aliar a visão a outro sentido familiar a ele.
Gosto particularmente do texto de Sacks.