ver e não ver
Um antropólogo em Marte foi lançado em 1995 por Oliver Sacks. Neurologista, Oliver consegue descrever com muito realismo distúrbios neurológicosdevido a sua formação e conhecimentos obtidos através de experiências de pacientes.
Em “Ver ou não Ver” é contado a história de Virgil, um homem de 50 anos que desde sua infância tinha densascataratas e diagnosticado como portador de retinite pigmentosa. Praticamente cego. Enxergava apenas sombras, vultos, o “contra a luz” em seus olhos. Sua noiva Amy, antes de seu casamento, decide que eleirá fazer uma cirurgia para cura da catarata. Com a operação bem sucedida do olho direito, Amy já empolgada decide escrever em seu diário expondo sua alegria de saber que seu noivo finalmente estavaenxergando e que poderia presenciar seu casamento com sua vista.
Virgil teve sua vida alterada drasticamente. O tato era sua única ferramenta de visão por durante 50 anos, a vista já estavacansada, sua percepção estava alterada. Em determinados momentos não conseguia identificar um objeto mesmo que fosse apenas pelo olhar, era necessário o uso do tato. Não se tinha uma dimensão ampla do queseria seu campo de vista ou noção do que era perto e longe. Bidimensionalidade era uma dificuldade para seu olhar. Representações de imagens planas, como gravuras, por exemplo, não era possíveldistinguir se havia de fato sim ou não uma profundidade.
Com a cirurgia no olho direito, a percepção tridimensional havia se aperfeiçoado mais rapidamente. Distinguir o que possuía um volume ouprofundidade se tornou mais fácil com o funcionamento de seus dois olhos ativos, mostrando assim uma melhora na sua capacidade de compreender o mundo visual.