VER E NÃO VER - OLIVER SACKS
VER E NÃO VER
SACKS, Oliver. Um antropólogo em Marte: Sete histórias paradoxais. Companhia das Letras, São Paulo, 1995.
Oliver Sacks nasceu em 1933 e atualmente mora no EUA onde leciona no Albert Einstein College of Medicine (NY). Dentre seus livros estão: Tempo de despertar (que inspirou o filme homônimo com Robert de Niro e Robin Willians, e a peça A kind of Alaska, de Harold Pinter), Enxaqueca, O homem que confundiu sua mulher com um chapéu, A ilha dos daltônicos e Vendo vozes.
No capítulo “Ver e não ver”, o neurologista Oliver Sacks relata o caso de um de seus pacientes, um homem de cinquenta anos, cego desde os 3 anos de idade, portador de uma doença hereditária que acabava aos poucos com sua retina. Amy era sua noiva e tinha um enorme desejo que ele fizesse uma cirurgia de catarata para que no dia do casamento pudesse ver tudo que lhe acontecia. Logo após a cirurgia o paciente Virgil experimentou extrema desorientação. As imagens e as cores não significavam nada para ele. Isso porque até aquele momento ele só enxergava pelo tato e possuía apenas a noção de tempo. Ele se encontrava num processo de descoberta e por outro lado de sofrimento, pois, embora enxergasse, seu cérebro não tinha noção de espaço, só enxergando quando realmente tocava os objetos.
Aos poucos, ele passou a dominar a capacidade de definir forma e distância, o que lhe proporcionava confiança. Porém, ele ainda ficava confuso com novas imagens.
Ele tinha total ausência de memória visual, e por isso, sua mente não distinguia o que estava vendo.
Enfim, após 4 meses da cirurgia, Virgil desfalecera com pneumonia lombar, o que fez com que perdesse a visão novamente e assim teve que reaprender a ser cego novamente.
Esta história demonstra como o processo de visão não é só uma fotografia de mundo, mas é necessário para o cérebro interpretar os sinais que recebe dos olhos.
Essa história serviu como base para o roteiro do filme “A