VENDEDORES
Uma das primeiras coisas interessantes para se analisar são os vendedores.
No Brasil no meu tempo, nos shoppings por exemplo , aquela exagerada simpatia , com um toque fortíssimo de intimidade :”Oi, Ana!!!”. Na Alemanha fim dos anos 80, lojas que aos sábados fechavam ao meio dia e durante a semana só ficavam até as 18hs abertas povoadas por vendedores do mais alto grau de mau humor.
Assisti a muitas situações interessantes. Estudantes norte-americanos na época sofriam muito. Estavam sempre acostumados nos Estados Unidos com aqueles vendedores que sorridentes podem atravessar um supermercado inteiro de intermináveis prateleiras te levando pela mão na busca do produto desejado perguntando : “How do you spell it?” , só faltando cantar como num musical animado. Esses pobrezinhos chegavam na Alemanha e se deparavam com alguma Helga ou Gudrun (para aumentar o clichê e a visualizacao de uma germânica forte e mau humorada ) na caixa do supermercado e viviam situações como por exemplo: entrar correndo no supermercado sábado as 11:50 para comprar algum produto indispensável para o fim de semana como papel higiênico. A pobre estudante chegando ao caixa com moedas, dinheiro todo trocadinho é recebido por Helga (ou Gudrun) com uma cara muito feia e esta senhora vendedora com voz alta e ameaçadora em tom de trovoada diz : “Já tinha fechado a caixa, obrigada , OBRIGADA por estas moedas todas!!” e a pobre estudante americana balbuciava amedrontada quase que às lágrimas que sem aquele produto nao dava para passar o fim de semana.
Uma vez eu mesma entrei no supermercado um pouco antes de fechar e já tinha uma Helga na porta querendo me barrar, eu parei , olhei no relógio e disse a ela:
“Desculpe , mas a senhora ainda tem 10 minutos para fechar seu expediente e eu serei rápida com as compras, não se preocupe.”
Uma amiga espírita dizia que quase todo mundo foi para a Alemanha para pagar algum carma e que eu era O carma dos alemães. Seja como for,