Varizes Esofágicas
Departamento de Anatomia Patológica e Medicina Legal
Varizes Esofágicas
Belo Horizonte, 08 de outubro de 2013
Varizes Esofágicas¹
As varizes esofágicas consistem em dilatações e tortuosidades das veias do plexo venoso submucoso do esôfago, mais comumente em seu terço médio e inferior, ocorrendo por consequência de uma hipertensão portal. FISIOPATOLOGIA
A hipertensão portal, fator primário para a ocorrência das varizes esofágicas, decorre de hepatopatias fibrosantes, dentre as quais podemos destacar a cirrose hepática, mais comumente, e a leishmaniose mansoni. Com a hipertensão portal, o fluxo pelo sistema porta intra-hepático fica comprometido e grande parte do sangue reflui para as chamadas vias hepatofugas, dentre as quais está a veia gástrica esquerda, que sofre hipertensão por consequência. A veia gástrica esquerda apresenta anastomoses com ramos das veias esofágicas inferiores, as quais irão tornar-se ectásicas e permitirão a passagem do sangue para as veias esofágicas inferiores. Logo, as veias do plexo venoso submucoso do esôfago apresentarão dilatações, tortuosidades, tornando-se superficiais ao exame endoscópico.
CONSEQUÊNCIAS E COMPLICAÇÕES Os vasos ingurgitados e mais próximos da mucosa adelgaçada estão sujeitos a um maior atrito com a passagem de alimentos pela luz esofágica, sendo a ruptura desses a mais importante complicação das varizes. A ruptura dos vasos ocasiona hemorragia digestiva alta, que apresenta expressiva mortalidade por evoluir para choque hipovolêmico. Outros fatores também contribuem com a hemorragia, como elevação súbita da pressão venosa portal, erosão péptica ou ulceração da mucosa por refluxo do conteúdo gástrico. É possível ainda que a hemorragia seja por diapedese, sem