Variações Linguísticas
VARIAÇÕES LINGUÍSTICAS
Ter consciência de que a língua apresenta variações possibilita que o ser humano se comunique de maneira mais adequada e eficiente; ajuda-o também a deixar de lado possíveis preconceitos linguísticos1 e, assim, respeitar “maneiras de falar” diferentes da sua.
Todas as pessoas que falam determinada língua conhecem as estruturas (regras) gerais de funcionamento dessa língua. Embora sejam mais ou menos uniformes dentro do idioma, essas estruturas podem sofrer variações devido à influência de inúmeros fatores, como a idade do falante, o grupo social a que pertence, a relação entre ele e o ouvinte, etc. Tais variações, que, às vezes, são pouco perceptíveis e outras bastante evidentes, recebem o nome genérico de variações linguísticas.
A variação linguística, portanto, pode ser definida como “cada um dos sistemas em que uma língua se diversifica em função das possibilidades de variação de seus elementos (vocabulário, pronúncia, morfologia, sintaxe)”. (ABAURRE; ABAURRE; PONTARA, 2010, p. 211).
Entre as causas que mais claramente determinam as variações linguísticas, destacam-se: variante histórica, variante geográfica, variante sociocultural.
a) Variante histórica: época em que o falante vive.
Exemplos:
Texto 1
Antigamente
“Antigamente, as moças chamavam-se mademoiselles e eram todas mimosas e muito prendadas. Não faziam anos, completavam primaveras, em geral dezoito. Os janotas, mesmo não sendo rapagões, faziam-lhes pé-de-alfere, arrastando a asa, mas ficavam longos meses debaixo do balaio. [...] Os mais jovens, esses iam ao animatógrafo, e mais tarde ao cinematógrafo, chupando bala de alteia. Ou sonhavam em andar de aeroplano; os quais, de pouco siso, se metiam em camisa de onze varas, e até em calças pardas; não se admira que dessem com os burros n’água.”
[...]