Variações linguísticas
Variação linguística é a maneira pela qual se diferencia sistemática e coerentemente, de acordo com contextos diversos, pelos falantes da mesma língua. Numa sociedade dinâmica na qual estamos inseridos, a transformação é constante em todos os sentidos e, a língua não é exceção. Tais variações levam em conta vínculos sociais, geográficos, profissionais, temporais e, até mesmo, a situação dos envolvidos no diálogo, devendo-se considerar também os níveis de fala: o da formalidade, diretamente ligado à linguagem escrita, restrito às normas gramaticais e, o da informalidade, considerado de “menor prestígio”, o que significa que nem sempre falamos como escrevemos, acarretando por vezes o estima de “incultos”. Dentre as variações mais significativas, podemos apontar quatro tipos:
--Variações históricas ou diacrônicas: acontecem ao longo de um determinado período de tempo e o processo de mudança é gradual, com a forma mais antiga permanecendo entre os mais velhos e, uma variação é utilizada por um grupo restrito de falantes, ambas coexistindo por algum tempo, até que a nova forma consagra-se pelo uso (grafia ou significado).
Ex: mademoiselle/moça, pharmacia/farmácia, primaveras/anos de idade, titia/solteirona, flerte/paquera.
--Variações situacionais ou diafásicas: estão relacionadas às diferentes situações de comunicação, decorrentes do grau de formalidade em que se encontra o falante, onde a ocasião é que determina a maneira como nos dirigimos ao nosso interlocutor.
Ex: namorar/ficar, prostituta/vagabunda, investigador de policia/tira, alcóolatra/bêbado, estrangeiro/gringo.
--Variações regionais ou diatrópicas: ocorrem em razão das diferenças regionais de como um termo é tratado, sendo que, em uma comunidade ampla, podem formar-se comunidades linguísticas menores, nem sempre coincidindo com fronteiras geográficas.
Ex: abóbora/jerimum, semáforo/sinaleiro/farol, mandioca/aipim/macaxeira, demônio/tinho/maligno.
--Variações