valorização

A valorização do espaço urbano vem ocorrendo desde o fim do feudalismo até os dias hodiernos. A ideia de que a dignidade do homem está atrelada ao meio em que ele habita torna o mundo cada vez mais individual. Fabiano, personagem do livro “A cidade e as Serras”, é um exemplo dessa valorização. A personagem se vê superior aos demais por morar em um imponente imóvel em Paris (símbolo cultural), mas aos poucos percebe gradualmente que a dignidade e a felicidade não estão atreladas ao meio urbano. A revolução industrial foi o principal modificador do espaço urbano mundial. O gigantesco êxodo rural que esse fenômeno causa faz com que as cidades se expandam sob nenhum planejamento urbano causando caos. O Homem, habitante nesse caos, perde aos poucos sua dignidade tornando-se cada vez mais agressivo e competitivo aumentando assim sua individualidade. Esse caos foi descrito por Emile Zola, através do livro “Germinal” onde relata a história de pessoas que se submetem a trabalhos desumanos nas minas de carvão como forma de sobrevivência. O trabalho árduo aproxima as pessoas da animalização sendo equiparados a simples objetos, perdendo assim suas dignidades, apenas para sobreviver em cidades cuja urbanização foi feita de forma rápida e precária. Portanto temos que o urbanismo pode propiciar apenas uma decadência na qualidade de vida das pessoas. Em suma, vemos que o urbanismo aumenta a interação entre as pessoas e com isso a competição entre elas pelo espaço. Fabiano percebe que dignidade do homem não esta atrelada ao meio em que vive e por esse motivo se retira para o campo. Todavia os trabalhadores de Zola não tinham opção de se “exilarem” e por isso perdem suas dignidades através do trabalho apenas para se incorporar no meio Urbano.