Valor
(Jorge Arantes Pinto de Abreu- Março de 2003)
Marketing lida com geração, distribuição e percepção de valor.
Mas o que é valor?
Certamente poderemos visualizar o valor como alguma coisa que possuímos em nossa estrutura psicológica e que uma vez identificada ou experienciada, comunica-nos sensações de segurança que permitem entre outras coisas, o contínuo reforço do equilíbrio desta estrutura.
Disto resulta o interesse muitas vezes inconsciente do consumidor em identificar dentre os objetos de desejo, aqueles que lhe proporcionam o maior valor.
Uma interessante abordagem feita por Clemente Nóbrega em seu livro Antropomarketing, “a tecnologia é cultivada para satisfazer a necessidades percebidas, não a necessidades universais determinadas pela natureza....a conquista do supérfluo dá ao consumidor um maior estímulo espiritual do que a conquista daquilo que é realmente necessário.... Ainda segundo Nóbrega, ”Somos produto do desejo, não da necessidade”.
Não existem desejos e necessidades soltos no tempo e no espaço, independentemente do contexto. Não tínhamos a necessidade de possuir automóveis. O desejo por eles só apareceu depois que as pessoas perceberam, graças a Henry Ford, que poderiam querer automóveis . Só muito depois é que percebemos que não poderíamos viver sem eles.”
O segredo do marketing está em como identificar o valor que o cliente está disposto a “consumir”. Afinal, cada um de nós possui um conjunto de valores sem os quais o nosso equilíbrio psicológico pode ser afetado. Desta forma, os valores “consumidos” pelo cliente são aqueles capazes de produzir em seu âmago, a satisfação de desejos e necessidades( nem sempre essenciais), dentro de um cenário que reforce o equilíbrio psicológico deste consumidor.
Este tipo de discussão parece-me interessante pois toca em um ponto bastante relevante, qual seja , o de ser o consumo antes de tudo, um ato emocional que busca manter o nosso sistema psicológico em equilíbrio