Uso excessivo do anti-septico bucal
Escolher um anti-séptico bucal é uma tarefa complicada. Nas prateleiras das farmácias, dezenas de embalagens coloridas disputam a atenção do consumidor. A promessa é quase sempre a mesma: combater efetivamente a formação da placa bacteriana, a principal responsável pela inflamação da gengiva. Na prática, a maior parte das pessoas compra o produto sem saber se é o tipo certo para o seu caso e desconhecendo os riscos do uso indiscriminado dos enxaguatórios bucais.
Para começar, nem todos os produtos apresentam a mesma formulação. Os anti-sépticos costumam ser divididos principalmente em quatro tipos: a base de gluconato de clorexidina (como o Periogard, da Colgate), óleos essenciais (eucaliptol, mentol e salicilato de metila, caso do Listerine), flúor (encontrado em vários deles) e cloreto de cetilpiridínio (como o Cepacol).
Muitos também contêm, além do princípio ativo, uma certa concentração de álcool, que chega até 21%, dependendo do enxaguatório. Nesses casos, o uso exagerado pode provocar lesões nos tecidos da boca. "Por isso, antes de optar por um anti-séptico, a pessoa deve receber orientação do seu dentista", explica Walter Tom, diretor da Sociedade Brasileira de Periodontologia (Sobrape). "Alguns enxaguatórios só podem ser usados com indicação médica", completa.
Segundo Tom, é preciso lembrar também que os anti-sépticos não substituem a escovação. "Sabemos que esses produtos são coadjuvantes no tratamento", diz. "Mas a melhor forma de combater a placa ainda é a escovação correta e o uso do fio dental", lembra.
De acordo com as pesquisas, os produtos à base de óleos essenciais são os que apresentam o melhor resultado no combate à placa bacteriana se comparados ao cloreto de cetilpiridínio. Esses enxaguatórios reduzem a incidência da gengivite em até 35%. "Mas são também os que possuem a maior concentração de álcool e podem causar irritação em alguns casos", lembra Tom.
Os anti-sépticos cujo