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Uma notícia que bombou na semana passada foi sobre um experimento de um cientista que conseguiu inserir o material genético de mamutes encontrados congelados no DNA de elefantes vivos. O sensacionalismo da mídia já foi enfático, bolando mil histórias de que era a volta dos mamutes na Terra e tudo mais.
Aí reside um problema muito grande sobre a divulgação científica e devemos nos ater aos fatos reais para que a histeria coletiva não comece a pintar a Ciência como a criadora de casos bizarros, um novo dr. Frankenstein.
Primeiro, e sem dúvida o mais importante, o estudo ainda não foi publicado. Ou seja, não passou pela análise de outros cientistas para saber se realmente o pesquisador, geneticista de Harvard, George Church, conseguiu realizar o que ele diz ter feito.
Church e seus colegas copiaram genes retirados de mamutes preservados nas geleiras glaciais e inseriram esses trechos de DNA no material genético de células da pele de elefantes cultivadas em laboratório.
Esse é o segundo ponto que devemos prestar atenção. Os próprios pesquisadores admitem que ainda não é possível trazer os mamutes de volta à vida. O que eles conseguiram foi inserir alguns trechos que poderiam dar a essas células a capacidade de produzir mais pelos, aumentar a produção de gorduras, entre outras características que possibilitariam que os elefantes conhecidos atualmente pudessem viver em condições ambientais mais frias, assim como as que viviam os mamutes.
É importante frisar que é uma possibilidade. Porque para conseguir fazer com que um animal tivesse essas características, seria preciso pegar o núcleo dessas células modificadas, inserir em um óvulo sem núcleo, tentar a gestação desse óvulo em um útero artificial e ver se realmente ocorre o desenvolvimento de um embrião. E isso ainda é uma tarefa muito difícil, condicionada a muitos fatores.
Terceiro, a questão ética. A forma como é divulgada uma notícia como essa pode trazer vários problemas no futuro. Seria