Uma ponte entre a sociologia e a administração
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CASO: VAQUEIROS OPERÁRIOS
• Nas margens do rio São Francisco, em pleno agreste, geólogos de uma fábrica de refratários situada no Sul do país descobriram uma importante jazida de magnesita. Inicialmente, foram construídas próximo a um vilarejo instalações industriais simples com o fim de extrair e dar uma primeira queima no minério antes de embarcá-lo. Com isso, surgiram oportunidades de trabalho, que passaram a ser uma verdadeira salvação para aqueles sertanejos sujeitos a uma vida de subemprego crônico na atividade pecuária extensiva ou na agricultura marginal.
• Para as minas foi enviado um gerente sulista com sua capacidade de direção e organização já demonstrada, mas sua administração foi tão falha que nem ele sabia qual a razão de tantos erros. Seu substituto foi ainda mais bem selecionado, mas teve a mesma sorte do antecessor. Foram então mandados dois gerentes, um administrativo e outro técnico, porém o pouco que conseguiram produzir era irregular e de baixa qualidade. Um geólogo, contratado para estudar o problema da qualidade do minério, ao chegar, encontrou ambos bêbados e completamente entregues ao desânimo por não terem conseguido fazer pessoas ávidas por emprego a ser produtivas.
• Aconteceu que, sendo natural do sertão de um Estado do Nordeste, o geólogo percebeu que o não-entendimento dos valores e os costumes dos habitantes da região impediam o relacionamento satisfatório administração-empregados, não obstante os trabalhadores estarem interessados no serviço. Assim, as coisas simples como o apito para iniciar e terminar a jornada diária não tinha o menor significado para aqueles sertanejos que nunca tiveram hora para o trabalho. Por outro lado, esperavam que o gerente, tal qual faziam os donos de fazendas, os atendesse em seus problemas financeiros, de saúde e até familiares.
• Depois que os gerentes compreenderam tais aspectos peculiares e sem alterar a estrutura