Uma mudança na visão e no comportamento humano

O mundo em que vivemos hoje é reflexo de toda a história da humanidade. Séculos de conhecimento, passados de geração em geração, é o que fez da raça humana quem ela é hoje. A história da nossa espécie, do passado de cada um de nós, desenhou-se por sobre diversos caminhos possíveis e, num certo momento, seguiu a reta da especialização. Essa história é ao mesmo tempo uma história de ganhos e perdas. O caminho que leva à consolidação das ciências modernas só foi possível às custas da redução, assimilação e negação de diversas formas representadas pelo mundo. “A cultura que recebemos hoje por herança funda-se na divisão de dois domínios de saberes: de um lado, a Ciência; de outro, os saberes da tradição. A hegemonia de um domínio sobre o outro e a incomunicabilidade entre eles se constitui um dos problemas cruciais do nosso tempo. Mesmo que não seja desejável a unificação de estilos diferenciados de dialogar com o mundo, é inadmissível o paralelismo de saberes que têm em comum o mesmo desafio: tornar possível e prazerosa a vida humana na Terra. Melhor que se pautar pelo paralelismo será operar na complementaridade. Além do mais, a hegemonia da Ciência se ancora num “fundamento sem fundamento”, conforme a expressão de Edgar Morin. Isso porque a Ciência é muito jovem se considerarmos a diáspora da cultura humana, e ela nasceu, justamente, de parte dos saberes milenares, mesmo que deles tenha, aos poucos, se distanciado. (Maria da Conceição de Almeida – Complexidade, saberes científicos, saberes da tradição)” . Esse abismo gerado ao longo do tempo entre a Ciência e a tradição deve, sem dúvida, ser amenizado; uma vez que uma ciência não vive sem a outra e que tudo está correlacionado no mundo, sendo esse mutualismo benéfico para a melhoria da qualidade de vida. A cultura e o progresso científico e tecnológico atuais foram fundados a partir de inúmeras experimentações e aprendizagens populares humanas ao longo dos séculos. Nenhuma cultura se edifica sem base, a ciência