um golpe do destino
Ao analisar a história do doutor Jack é interessante começar a entender através do desenvolvimento da sua doença, pois foi esta que o fez mudar radicalmente seu modo de pensar e agir em relação aos seus pacientes, a sua família e seu ambiente de trabalho, além de ter escolhido sabiamente, o modo correto de ensinar o respeito e o valor humano para os seus residentes, preocupação esta que envolve os futuros profissionais da saúde.
No início do filme (antes da descoberta do câncer laríngeo), percebe-se que o paciente que estava sendo operado pelo Meckee, não era devidamente respeitado pela sua equipe cirúrgica, pelo fato destes ficarem brincando com o corpo do rapaz e com o motivo da sua fatalidade, demonstrando desta forma, um princípio que muitos médicos atribuem a si próprios como: a onipotência e a finitude. Porém, nem todos pensam assim, visto que, o doutor Bloomfield tratava o seu paciente Serge com muito cuidado e se preocupava em dizer todos os procedimentos do seu tipo de tratamento, já que era invasivo.
Uma outra situação de despersonalização do paciente e das reações que este apresenta no pós-operatório, tornam-se perceptíveis no caso da mulher que ficou com as marcas da cirurgia feita no coração e o fato disto estar afetando sua vida conjugal (uma questão psicológica que pode ser caracterizada como uma reação de perda, nesse caso da beleza), o que simplesmente foi ignorado pelo Dr. Meckee, percebe-se também o desrespeito quando ele entra na sala e nem menciona o nome dela. Isso nos faz refletir o que (Jaspers, 1991) enfatizou sobre a necessidade da medicina recuperar os elementos subjetivos da comunicação entre o médico e o paciente, porque segundo ele, este diálogo foi impropriamente assumido pela psicanálise e esquecido pela medicina, seguindo apenas instrumentações técnicas e a objetividade dos dados.
Esses princípios acabam