Um exercicio de poder
A pólis grega – que eram as organizações politico-sociais tradicionais -, o código de Sólon; a exigência draconiana de os juízes tornarem públicos os argumentos que os levaram a tomar decisões; a lei como princípio de organização política e social concebida como texto elaborado (que influenciariam os romanos e todas as sociedades que seguem a família romano-germânica); democracia, oligarquia e monarquia; enfim, todos esses termos fazem parte da gênese do pensamento político, cujos conceitos nos são tão atuais.
Châtelet cita Aristóteles, e sua obra “A Política”, em que explica a cidade como lugar natural da sociedade dos homens. O autor sublinhou três aspectos principais da concepção grega clássica:
1. os gregos consideravam sociabilidade como natural: não se funda, se ordena;
2. o trabalho deprecia, o acúmulo de riquezas gera desconfiança e a atividade do laser é produtiva;
3. a humanidade é a mais elevada espécie do gênero animal. O “sobrenatural e divino” é a sua capacidade de raciocinar.
Entre outros conceitos, a democracia grega é uma das mais importantes contribuições para o pensamento político atual. Para Châtelet, que utiliza a classificação de Heródoto para os regimes políticos (monarquia, oligarquia e democracia) a contribuição de Atenas consiste em ter experimentado todos esses regimes, inventando uma nova definição para esse último.