1. CONCEITOS QUE SUSTENTAM A TOMADA DE DECISÃO Em toda Mesopotâmia, no Egito, na Grécia Antiga, no Império Romano e nos países orientais são encontrados vestígios muito antigos de mecanismos para adivinhar, decidir ou tirar a sorte. Esses três pontos têm em comum a possibilidade de descobrir o futuro. Mas como prever o futuro? Bennett (2003) destaca que, em um primeiro momento, essa tentativa surge através dos instrumentos aleatorizadores (dados, palitos, roletas, etc) que eram utilizados por esses povos primitivos para três orientações básicas: * garantir a justiça, pois todas as partes envolvidas teriam a mesma probabilidade de saírem vencedoras; * evitar o conflito, porque sempre que a decisão se transfere para um desses instrumentos a discórdia acaba pois já não está em jogo quem está com a razão; * obter a orientação divina, pois sempre que a moeda é jogada para o alto, por exemplo, há uma crença popular que o resultado faz parte da vontade de Deus. Relatos descrevem que era comum o decisor olhar para o céu antes de tirar a sorte, provavelmente tentando uma conexão com a divindade. No momento do sorteio, pode ser afastada qualquer dominação de uma das partes através da inteligência, força, habilidade, conhecimento ou experiência, surgindo a questão sorte como poder equalizador, ou seja, o acaso acaba se tornando, de uma maneira ou de outra, um instrumento de justiça com uma grande vantagem sobre qualquer outro. Um “cara ou coroa” é um processo extremamente rápido. Assim, esses instrumentos eram utilizados para dividir propriedades, delegar privilégios, responsabilidades civis, ou simplesmente como diversão (BENNETT, 2003). A crença de que a aleatoriedade está ligada à vontade divina aliviou, durante muitos anos, a responsabilidade humana na hora de tomar alguma decisão, e sob essa atmosfera muitos se aproveitaram para transformar esses instrumentos aleatorizador em fontes de entretenimento e jogos. Desse modo, a questão da