TURISTAS E VAGABUNDOS Em suas obras sobre globalização, Bauman destaca os turistas e vagabundos para ilustrar quem são os heróis e as vítimas do capitalismo flexível, uma sociedade marcada por um tempo espaço flexível, onde o que vale é a habilidade de se mover. Valem portanto os turistas, aqueles que recusam qualquer forma de fixação; movimentam-se porque preferem; saem e chegam em qualquer tempo e a qualquer espaço para realizarem seus sonhos, suas fantasias, suas necessidades de consumo e seu estilo de vida. Já os vagabundos "são luas escuras que refletem o brilho de sóis brilhantes; são os restos do mundo que se dedicaram aos serviços dos turistas"(Bauman). Movimentam-se porque estão sendo empurrados pela necessidade de sobrevivência, e mesmo assim existem severas restrições nos tempoespaços em que eles perambulam. Seus sonhos e fantasias resumem-se a um emprego qualquer, geralmente tarefas consideradas humilhantes pelos turistas, mas que precisam ser feitas por alguém. a pós-modernidade é um contexto histórico no qual a exclusão a cada dia está aumentando mais. Colabora para isto as novas exigências/qualificações para o mundo do trabalho, e com as quais a estrutura educacional não está preparada para lidar, tornando-se então uma forte causa do desemprego. A exclusão total da condição de pós-modernidade está gerando o que W.Wilson chama de subclasse, e acontece quando os indivíduos não conseguem se vincular às estruturas de informação e comunicação, como produtores, consumidores, e nem como usuários. Ao afirmar que a pós-modernidade também é exclusiva, saliento que não há nenhum absurdo em minha afirmação. E não há, porque nunca tomei a pós-modernidade no sentido proposto por A.Giddens, como um movimento para além da modernidade, ou seja, uma ordem pós-capitalista sem poder totalitário, sem guerras de grande escala, sem colapsos econômicos ou desastres ecológicos (embora concorde que esta deve ser nossa utopia), e sem subclasses; portanto o