Turistas e Vagabundos - Bauman
O Vagabundo é um consumidor frustrado. Movimenta-se porque é empurrado pela necessidade de experiência. Os seus sonhos são apenas um emprego qualquer, uma tarefa humilhante para o Turista.
O primeiro viaja à vontade, normalmente em primeira classe, diverte-se bastante, é adulado, recebido com sorrisos e de braços abertos. O segundo viaja às escondidas, por vezes ilegalmente, ou pagando pela terceira classe e, muitas vezes, visto com desaprovação.
Metaforicamente, Bauman designa os turistas como as pessoas de extrema mobilidade e os vagabundos 80% dos cidadãos e que a pós-modernidade vai trazer cada vez mais a exclusão social, que gera uma subclasse.
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O quarto capítulo do livro é dedicado à noção de movimento constante das pessoas, mesmo as que estão fisicamente paradas. O professor Ricardo Petrella assim resumiu: “A globalização arrasta as economias para a produção do efêmero, do volátil (por meio da redução em massa e universal da durabilidade dos produtos e serviços) e do precário (empregos temporários, flexíveis, de meio expediente).” (apud, BAUMAN, 1999, p. 86).
Bauman define o que é ser consumidor nessa louca sociedade de consumo criada pelo sistema capitalista, sistema esse que, nas palavras de Jeremy Seatbrook, não pode curar a pobreza porque esta só evidencia seu sucesso. O consumidor gerado nessa era globalizada está em constante movimento, é induzido a consumir cada vez mais, pois ninguém pode ficar para trás na corrida da satisfação. A lógica é basicamente que devemos consumir quando nos sentimos mal para conseguir alívio e devemos