tudo
A gente virou número, nota e conceito, refletimos a lógica e isso não é bom
O mundo está assim, meio doente, meio cadente
E nós, que ainda não havíamos percebido nada disso, também caíamos
Íamos sem questionar.
Porque não seguir sonhos, amores e sabores?
Mais que reproduzir,
Criar
Sentir o mundo nos pés calejados e nas mãos, vendaval, viver
Mudar tudo isso que está assim, meio doente, meio cadente
E nós, que já havíamos percebido, com encanto, com corpo e com alma
Resolvemos partilhar o infinito particular
Que o desejo seja todo de um todo
Que o todo todo seja, cheio de todo desejo do mundo.
Sobre a música e o que esta diz...
Uma das mais belas formas de expressar tudo que de maneira falada não se alcança, é por meio da canção. Elevar-se e transbordar, parece gritar ela. E a gente grita, se eleva, enleva e transborda. No entanto, a fluidez e o tempo cada vez mais rápido, num mundo cada vez mais produtivista, nos coloca a trivilidade de maneira tão despretenciosa, e a música não mais serve como um poema, um manifesto ou uma cantiga dos amores trovadores.
Dessa maneira, essa música, em tom de Charles Baudelaire, flâneur se torna. “Uma pessoa que anda pela cidade afim de experimentá-la”, seus odores e sabores. Assim sendo, cá estamos nós, afim de experimentar o mundo antes que finde, com olhos de quem nunca antes o havia visto.
Deparamo-nos com a Era informacional, ou pós industrial, ligando o mundo, ou pelo menos a parcela “acolhida” pela globalização, em redes. Estranha é a organização desse novo território, que substitui o suor, a carne, o coração e os sonhos por um máquina. A Era do capitalismo informacional de relações interdependentes, coloca-nos como mais um elemento do processo produtivo. Não há mais tempo para o desenvolvimento transbordante. A sociedade exige, nós exigimos e por fim, tornamo-mos mais uma engrenagem do sistema.
É nesse