Trovadorismo , humanismo e classicismo
INTERNETÊS
Você entende internetês?
A internet revolucionou o comportamento, as relações e fez surgir um novo código, que a moçada domina na ponta dos dedos.
Sírio Possenti
Por razões que até hoje não são completamente claras, o imaginário de muita gente identifica língua com língua escrita (a fala seria cheia de vícios...). Essa identificação é reforçada quando se discute grafia, ou quando por alguma outra razão, ela vai para o primeiro plano.
Grafia, e não linguagem
Mas o que é, afinal, o tal do internetês? Trata-se, simplesmente, de aspectos da escrita empregada em e-mails, em chats, em blogs. Talvez, principalmente em chats, que são ”conversas” escritas que grupos mantêm entre si. Trata-se da grafia utilizada por certos usuários dos computadores, em geral, jovens adolescentes que passam horas “teclando”, isto é, trocando mensagens por escrito. Em resumo, trata-se apenas de grafia.
Escrita silábica
Se o internetês é apenas um conjunto de soluções ortográficas, então não ameaça a língua portuguesa e nem pode, a rigor, ser chamado de linguagem. As reportagens sobre internetês (há um site que oferece programas destinados a corrigir a tal grafia) costumam dar exemplos do tipo kbça por cabeça, vc por você, bjo ou bju por beijo, flw por falou, vlw por valeu, blz por beleza, aki por aqui, ksa por casa, kra por cara, q por que, abc por abraço, xamar por chamar, qdo por quando, gnt por gente. Trata-se basicamente de abreviações. Mas há outros casos.
A grafia não é aleatória, ainda, que há no mundo sistemas de escrita que são silábicos (isto é, que usam um símbolo para cada sílaba) e que tais sistemas sempre privilegiam as consoantes. Nossos jovens são mesmo muito ignorantes, como se vê...
O suporte e o gênero
Considere-se ainda outro aspecto da questão, relativo ao suporte. Os historiadores da escrita são unânimes em dizer que a mudanças de suporte (pedra ou tijolo, papiro, papel, monitor) é um dos