Tropicália: início, meio e fim
Em 31 de março de 1964 se concretizou o golpe militar no Brasil, com a ajuda do Congresso e das classes média e alta de direita. O Exército e seus aliados depuseram o presidente Jango e entregaram o poder aos militares. O golpe, apoiado pelos americanos, rompeu o já frágil jogo democrático brasileiro e garantiu a expansão capitalista.
Castelo Branco foi o primeiro da série de generais-presidentes ditatoriais. Seu substituto, Costa e Silva, governou o País de 1967 a 1969, cada vez com mais poder.
Até 1968, intelectuais e movimentos esquerdistas podiam agir livremente, com pequenos problemas com a censura. A produção cultural era extensa e variada: peças de teatro, canções de protesto e filmes. Em todas as áreas, a política fazia-se presente, mantendo acesa no campo das artes uma polêmica que opunha alienação (de uns) e engajamento (de outros).
Foi o ano em que as tensões chegaram ao máximo no país. As greves operárias e as manifestações estudantis se intensificaram. As guerrilhas rural e urbana aumentaram suas ações. Com o crescimento da oposição, Costa e Silva, pressionado pela extrema direita, respondeu com o endurecimento político. Em 13 de dezembro, o AI-5 decretou o fim das liberdades civis e de expressão.
Movimento Tropicália
O movimento surgiu da união de uma série de artistas baianos, no contexto do Festival de Música Popular Brasileira, promovidos pela Rede Record em São Paulo e pela Globo no Rio de Janeiro.
Um momento crucial para a definição da Tropicália foi o Festival de MPB em que Caetano Veloso interpretou “Alegria, Alegria” e Gilberto Gil, ao lado dos Mutantes, “Domingo no Parque”, em 1967.
No ano seguinte, o festival foi integralmente considerado tropicalista. No mesmo ano foi lançado o disco Tropicália ou Panis et circenses, considerado quase um manifesto do grupo.
As letras das canções eram inovadoras, criando jogos de linguagem, se aproximando da poesia dos concretistas. As mensagens das letras eram