Tropicalismo
O tropicalismo surgiu na década de 1960, mais precisamente em 1967, quando houve o Festival de música Popular realizado pela TV Record. Nesse festival Gilberto Gil cantou “Domingo no Parque” e Caetano Veloso cantou “Alegria, Alegria”. Ambos com elementos do rock, usando guitarras elétricas, o que causou polêmica já que as mesmas eram ícone do imperialismo americano. A MPB, anteriormente, era acompanhada apenas de violão, mas eles queriam tornar a música mais universalizada e próxima da juventude universitária. O público desse festival era, em grande parte, de jovens estudantes de esquerda, por isso criticavam o uso da guitarra. Porém o júri e a outra parte do público receberam bem a novidade. A música vencedora foi “Ponteio”, de Edu Lobo, deixando Gil como vice-campeão. Caetano ficou em quarto com “Alegria, Alegria”, porém esta fez sucesso nos rádios posteriormente. Um ano depois, em 1968, teve o III FIC, o Festival Internacional da Canção realizado pela Rede Globo. Nesse festival Gil e Caetano tinham como intenção questionar as estruturas da atmosfera cultural vigente e das estruturas do próprio festival. Fizeram uso da ironia e crítica tropicalistas através das músicas “Questão de Ordem” e “Proibido Proibir”, respectivamente. Gil não agradou ao público pelo uso das guitarras, por seu visual black power e seu modo de cantar, sendo desclassificado. Caetano, por sua vez, fez uma crítica às patrulhas de direita e esquerda e a imposição do “bom gosto” sobre a cultura que elas pregavam, explicitando sua ruptura para com essas. Ele estabeleceu um caos no festival durante sua apresentação, que contou com a presença dos Mutantes. O público virou de costas quando eles entraram no palco, e eles fizeram o mesmo. As vaias aumentaram e Caetano fez seu famoso discurso criticando os jovens: “Mas é isso que é a juventude que diz que quer tomar o poder? Vocês tem coragem de aplaudir este ano uma música que não teriam coragem de aplaudir no ano