Tropicalismo
Na década de 1960, o Brasil tinha alcançado o pleno desenvolvimento de sua indústria cultural com a expansão de meios de comunicação como o rádio e a televisão. No campo musical, essas mudanças foram responsáveis pela popularização de gêneros musicais nacionais, como o forró e o samba. Em contrapartida, esses mesmos campos de divulgação foram promotores da entrada de outros gêneros estrangeiros, como a rumba, o jazz e o rock’n’roll.
Essa presença de sons nacionais e estrangeiros acabava promovendo uma ampla discussão nos meios intelectuais da época. Alguns críticos e artistas consideravam que o Brasil não poderia aceitar a incorporação dos padrões estrangeiros, por considerar os mesmos uma grande ameaça à nossa identidade cultural. Ao mesmo tempo, esse mesmo grupo defendia a idéia de que os ritmos populares deveriam servir de instrumento para a conscientização do povo sobre a sua própria cultura e os problemas cotidianos.
A maioria daqueles que defendia essa perspectiva sobre nosso cenário cultural, teve destaque com a criação de um novo gênero que, em tese, deveria abrigar tudo aquilo que era considerado “nosso”. A partir de então, a Música Popular Brasileira, também conhecida como MPB, nomeava um movimento de defesa de nosso patrimônio musical e lutava contra a presença dos “alienantes” padrões culturais que invadiam os meios de comunicação da época.
Entretanto, um grupo de artistas surgidos no final da década de 1960 começou a questionar essa luta heróica promovida por estes artistas que viam por de trás da música um conflito político-ideológico mais amplo. Inspirados pela proposta antropofágica criada pelo escritor Oswald de Andrade, jovens artistas como Caetano Veloso, Gilberto Gil, Tom Zé e o grupo Os Mutantes defendiam que a nossa cultura não poderia ficar atrelada ao conflito entre o nacional e o estrangeiro.
Foi a partir de então que o chamado movimento tropicalista propôs um diálogo constante com as diferentes influências que