Artes
GOULART, Ana Paula (doutora)2
TIMPONI, Raquel (doutoranda)3
JUSTEN, Janine (graduanda)4
AUTRAN, Letícia (graduanda)5
OLIVEIRA, Fernanda (graduanda)6
Universidade Federal do Rio de Janeiro/RJ
Resumo: Este artigo pretende problematizar o movimento tropicalista, com base em definições teóricas de cultura de massa e cultura popular, comprovando sua necessidade de não-classificação – a ruptura.
Através de análises bibliográficas, filmográficas e musicais, questiona-se o caráter unicamente estético atribuído à Tropicália, uma vez inserida em um contexto de repressão política e intelectual. Para fins metodológicos, foram traçados dois marcos temporais que norteiam as discussões propostas acerca da trajetória do movimento e suas transformações: formação da identidade tropicalista e popularização pósfestivais. Na problemática dessas questões, se dá o grande eixo deste trabalho: a mistura de elementos da cultura popular com os de cultura de massa e, ainda, a definição do que se entende por contracultura ou cultura de ruptura. Até que ponto as classificações dão conta da complexidade da cultura brasileira e das influências estéticas diversas? Será possível sistematizar aquilo que surge com o propósito de contrariar todas as sistematizações?
Palavras-chave: Tropicália; cultura de massa; cultura popular; movimento de ruptura.
Introdução
No ano de 1967, em plena vigência da ditadura militar no Brasil, surge a
Tropicália, com o objetivo de criar “algo diferente de tudo” (VELOSO, 2012, p.112),
“como pertencente a uma outra dimensão” (id. ib.), negando – e, porque não, rompendo com – quase7 toda a música popular já existente no país. Esse movimento de contracultura expressava sua ânsia de rebeldia nas vestimentas, nos discursos e na
1 Trabalho apresentado no GT de História da Mídia Sonora, integrante do 9º Encontro Nacional de
História da Mídia, 2013.
2 Orientadora do trabalho. Professora de