Formação econômica do Brasil
Para Caio Prado, no caso brasileiro, “precisamos reconstituir o conjunto da nossa formação, colocando-a no amplo quadro, com seus antecedentes, desses três séculos de atividade colonizadora que caracterizam a história dos países europeus a partir do século XV; atividade que integrou um novo continente na sua órbita, paralelamente, aliás, ao que se realizava, embora em outros moldes diversos, em outros continentes: a África e a Ásia.” (PRADO, p. 16, 2011). Dessa forma, o Brasil começa a se desenhar enquanto sociedade sob um contexto no qual predomina a produção voltada para o mercado exportador e, na condição de colônia, estava enfadado a olhar para fora, sendo que o improviso, o descompromisso e o provisório eram pensamentos que inviabilizavam o surgimento de uma organização social de fato sólida, de fato com uma ‘alma nacional’.
Para este empreendimento em termos de trabalho, lançou-se mão do escravismo, escolha esta que se justifica pelo forte e rentável tráfico negreiro já praticado por Portugal desde outros tempos. A presença da escravidão deixará suas marcas ao longo da montagem da estrutura da sociedade brasileira, e sua presença se explica por conta deste sentido da colonização, uma vez que é parte integrante deste. Assim, a colonização do Brasil toma o aspecto de uma vasta empresa comercial, voltada à exploração dos recursos naturais de um território virgem em proveito do comércio europeu. Segundo Prado, este seria o “verdadeiro sentido da colonização tropical, de que o Brasil é uma das resultantes; ele explicará os elementos fundamentais, tanto no econômico como no social, da formação e evolução histórica dos trópicos americanos” (Ibidem, p.28).
Logo, a ocupação do território brasileiro não se fez em nome da construção de uma nova sociedade com interesses próprios, nacionais, mas sim para o alcance de interesses de fora, da metrópole, daqueles que aqui não viviam, mas que se beneficiavam do comércio. Assim, “é com tal