tropeirismo
Greice Corrêa Weide Homens de coragem, que se lançaram em regiões inóspitas, venceram as matas fechadas, a correnteza de rios agitados, despenhadeiros, ataques de índios que lutavam bravamente, tentando defender o gado e as terras que os tropeiros queriam para si. Abrindo estradas, criando pontes, lutando. Os tropeiros anexaram o atual estado do Rio Grande do Sul ao Brasil, e esse elemento, o tropeiro, luso-americano, juntamente com a influencia indígena, luso-espanhola em conjunto com o meio ou o ambiente que fundem-se na formação do gaúcho – tipo social que caracteriza o Rio Grande do Sul1.
O tropeirismo é um fenômeno mundial, que aparece na época em que o principal meio para vencer as distancias era a tração animal. A atividade tropeira pertence à época das trilhas em lugar das estradas, quando os rios eram vadeados nos passos e a produção dos agricultores precisava ser transportada a distantes centros consumidores. (FLORES, 1998, p. 5)
O tropeirismo irradiou-se pelo Brasil, encurtando as distancias, humanizando o trabalho escravo, onde, segundo Fonseca2 o homem era “animalizado” já que o transporte usual, antes da chegada do muar, era feito em ombros de índios e negros escravizados, e estes, transportavam não só mercadorias, mas também pessoas em viagens longas e por caminhos tortuosos. Na ilustração abaixo, de autoria de Debret, artista francês que, durante sua estada no Brasil dá importante colaboração retratando a “formação do Brasil”, pode-se observar o trabalho escravo.
Esse tipo de comércio surge no Brasil devido à necessidade de abastecer a região das Minas Gerais, abastecer tanto em mercadorias, (estas de toda a espécie, desde o básico como alimentos e vestuário, e também utensílios e artigos de luxo), como em transporte (mineiros compravam as mulas para transportar o ouro e pedras preciosas até os centros comerciais próximo ao litoral). E é com esta finalidade que estes primeiros tropeiros se lançavam ao