Tropa De Elite 2
17 de outubro de 2010 http://blogs.estadao.com.br/tragico-e-comico/2010/10/17/tropa-de-elite-2-o-buraco-e-bem-mais-embaixo/
Cercado de grande expectativa, Tropa de Elite 2 chegou finalmente aos cinemas. A reboque do sucesso do primeiro filme, Tropa 2 trouxe uma tática de guerra contra a pirataria que prejudicou a bilheteria do Tropa 1. A estratégia deu certo, e até os pirateadores de 2007 estão tendo de pagar ingresso dessa vez. Mostrando a gênese das milícias na capital carioca, o filme traça vários paralelos com fatos ocorridos no Rio de Janeiro e pinta um retrato sombrio (e incrivelmente real) do país do carnaval. Primeiro porque mostra como qualquer pessoa (esteja ela a serviço do estado ou contra ele) que tenha concepções tortas pode se tornar um monstro se tiver algum poder (e temer perdê-lo). E depois, por que mostra como os milicianos extorquem, ameaçam, estupram, matam e carbonizam qualquer corpo que se colocar à frente deles, impondo um poder paralelo e fascista dentro das “comunidades”. Palmas para José Padilha. Cutucou a ferida onde mais dói… E vai continuar cutucando. Agora, um dos seus próximos filmes (sobre o mensalão) se chama Nunca Antes Na História Desse País — e, acredite, será financiado com grana do BNDES (temos de reconhecer: o cara é macho). De volta ao Tropa, o primeiro filme era mais fácil de entender. Os personagens eram mais pedestres e havia uma separação clara sobre quem defendia o quê. De um lado, o tráfico; de outro, a PM carioca, imersa em sua corrupção — e contra os dois, o Bope, usando métodos pouco ortodoxos, mas que foram celebrados pelo público. Se o primeiro filme já trazia discussões acaloradas a respeito da tortura, agora Tropa 2 se aprofunda na questão dos direitos humanos e leva a discussão para o alto escalão da política. Antes, o capitão Nascimento via, através do Bope, o “sistema” todo de fora. Agora, ele é içado ao cargo de secretário de segurança pública e